Acne: saiba mais sobre a doença e tratamentos

A acne vulgar é uma das doenças da pele mais freqüentes na população mundial, e no Brasil, segundo senso realizado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia em 2006, é a causa mais freqüente de procura por tratamento médico especializado. Trata-se de afecção que acomete os folículos pilossebáceos (estrutura da pele composta por pêlo e glândula sebácea) da face e região antero-posterior do tórax . A característica desses folículos é ter uma glândula sebácea de volume aumentado e um pêlo fino rudimentar.
Os cravos e espinhas ocorrem devido ao aumento da secreção sebácea associada ao estreitamento e obstrução da abertura do folículo pilossebáceo, dando origem aos comedões abertos (cravos pretos) e comedões fechados (cravos brancos). Estas alterações favorecem a proliferação de bactérias dentro do folículo pilossebáceo, que estimulam reações inflamatórias locais, dando origem às lesões de acne conhecidas popularmente como “espinhas”.
A acne é uma doença de predisposição genética e aparece na puberdade induzida pelo início da produção de hormônios femininos (estrógenos) e masculinos (andrógenos), afetando cerca de 80% dos adolescentes. Nas mulheres, a acne é mais freqüente dos 14 aos 17 anos, e nos homens pode chegar um pouco mais tarde, com maior freqüência entre os 16 e 19 anos.

Embora na acne vulgar o período mais comum de comprometimento seja durante a adolescência, não é raro estender-se até os 30 anos ou mais. Esses casos representam 1% da população masculina e 5% da feminina, constituindo a Acne da Mulher Adulta.
Na ausência de tratamento adequado, as lesões podem persistir por muitos anos, deixando como seqüelas manchas e cicatrizes inestéticas, que podem influenciar negativamente na auto-estima e na qualidade de vida dos pacientes.
Dentre os diversos fatores associados ao surgimento da acne, observa-se uma tendência hereditária de aparecimento da doença em membros de uma mesma família, e quando ambos os pais tem acne , os filhos têm 50% de chances de apresentarem o mesmo problema a partir da adolescência. Fatores hormonais também estão diretamente associados com a doença, especialmente os hormônios androgênicos, como a testosterona, que regulam a produção do sebo pelas glândulas sebáceas. Isso explica o surgimento da acne a partir da puberdade, período que marca o início da adolescência e o aumento da produção desses hormônios em nosso organismo, levando ao aumento do tamanho e da secreção de sebo das glândulas sebáceas. Na mulher adulta, podem ocorrer doenças que cursam com alterações na produção dos hormônios androgênicos e estimulam o surgimento da acne, sendo mais comuns os casos de síndrome dos ovários policísticos ou micropolicísticos.
Alterações estruturais do folículo pilossebáceo também propiciam um risco aumentado de aparecimento das lesões de acne. As pessoas com tendência à acne geralmente têm uma pele oleosa, porque possuem glândulas sebáceas mais ativas, que produzem mais sebo. Outro fator agravante é a composição do sebo produzido, que possui elementos irritantes para a pele, além de favorecer o acúmulo local de bactérias, especialmente o Propionibacterium acnes, fatores que provocam a inflamação da pele e o surgimento de lesões avermelhadas, doloridas e com pús.

O tratamento atual da acne apresenta opções variadas e bastante satisfatórias. Nos casos mais leves da doença devem ser utilizadas medicações tópicas, aplicadas diretamente sobre as áreas afetadas, visando a desobstrução dos folículos, a melhora da inflamação, o controle da proliferação bacteriana e a diminuição da oleosidade da pele.
Nos casos mais intensos, quando áreas mais extensas da pele são acometidas e observa-se grande quantidade de lesões inflamatórias (“espinhas” avermelhadas e com pús), ou naqueles casos em o uso isolado de medicações tópicas não foi suficiente, torna-se necessário o tratamento sistêmico por via oral, onde são utilizados inicialmente antibióticos para controle mais abrangente da infecção e inflamação.
Nas últimas décadas, a isotretinoína oral vem sendo utilizada com resultados bastante satisfatórios nos casos de acne grave ou resistente aos tratamentos convencionais, quando se observam recaídas freqüentes quando o paciente termina o tratamento proposto pelo médico, sendo observados casos de cura clínica e longos períodos sem retorno das lesões em 90% dos casos.
Quando o termina o tratamento das lesões de acne ativas, mas persistem as manchas e cicatrizes, podem ser realizados procedimentos estéticos específicos e individualizados, visando reduzir ao máximo as seqüelas deixadas pela doença, sempre supervisionados pelo médico dermatologista, para garantir maior segurança ao paciente.
Para a melhoria das manchas e das cicatrizes de acne mais superficiais, pode serm realizados os peelings químicos superficiais e médios, a hidrodermoabrasão com o peeling de diamante e o laser de CO2.
Nos casos das cicatrizes mais profundas são utilizados procedimentos mais invasivos, mediante anestesia infiltrativa local, mas que apresentam bom perfil de segurança e boa cicatrização, como por exemplo, as técnicas cirúrgicas de correção de cicatrizes (subincisão, excisão e sutura, microenxertia, entre outras), e a dermoabrasão (lixamento da pele de média profundidade), que podem ser complementados posteriormente com sessões de laser de Co2 ou de hidrodermoabrasão.

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